domingo, 23 de janeiro de 2011

Lira Barrense Comemora 100 Anos

Banda Lira Barrense de Barras do Maratoan - Pi
  • Ela foi fundada em 1911 para abrilhantar as solenidades do municipio de Barras e chega em 2011 comemorando seu centenario com muito orgulho. Consta, segundo o conhecimento popular, que a banda Lira Barrense nasceu de um protesto – o primeiro movimento do município – contra a falta de estradas na região. Depois da manifestação, o grupo virou voz ativa em agenda cultural e nasceu o Lira Brasileira e posteriormente Lira Barrense.

A banda de música Lira Barrense do municipio de Barras do Maratoan - Pi, tem uma história que confunde-se com a própria história cultural do municipio de Barras. Nesses cem anos de plena atividade a banda sempre esteve muito presente na vida cultural da cidade apresentado-se nos momentos mais caros e solenes da comunidade barrense, recepcionando autoridades e entretendo as festividades públicas.

  • Em comemoração ao seu centenário o grupo vem recebendo justas homenagens pelos serviços prestados aos barrenses, sendo recentemente homenageada no primeiro Sarau Litero-Musical de Barras como uma das mais antigas bandas de música do Estado do Piauí.

O maestro Teotônio Rodrigues de Oliveira atual regente da banda informou que a Lira conta com 39 integrantes e aposta na Escola de Música, que será criada este semestre, para formar novos alunos.

  • A Lira Barrense é uma espécie de orquestra do interior. "Tocamos de tudo, deste marchas até músicas sofisticadas”, disse o maestro Teotônio Rodrigues.
E para marcar o seu centenario a banda Lira Barrense foi agraciada entre 3.090 inscritos pelo Programa BNB de Cultura – Edição 2011 – Com recursos que serão investo no melhoramento técnica da banda. R$ 61 mil serão destinados para compra de instrumentos, 24 mil para gratificações e 10.500 compra de camiseta, banner, cartazes para distribuir.

Segundo Germano Filho (Coordenador de Cultura da Prefeitura de Barras), com o Projeto do BNB serão atendidos 80 jovens carentes de 13 a 17 anos pelo projeto. Eles terão 900 horas aulas de música gratuitas. Mais 40 jovens das escolas municipais, de 18 a 29 anos, que serão indicados por associações comunitárias, serão incluído.

  • Além destes, mais 30 pessoas serão capacitadas para o conserto de instrumentos musicais em 12 módulos no espaço d e 1 ano . Ao todo, 150 pessoas participarão das atividades de capacitação e inclusão social.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Banda de Música Municipal de União-Pi

  • Banda Municipal de União - Pi, apresentando-se no adro da Igreja Matriz no tradicional Festejo local de São Raimundo Nonato, em 29 de agosto de 1944, dia em que se homenageia até hoje os Vaqueiros.

A Banda de Música Municipal da Cidade de União surgiu da mesma maneira que muitas bandas municipais sugiram nas pequenas cidades do Nordeste. Foi numa época que os meios de comunicação de massa ainda eram muito insipientes, em que o fornecimento de energia elétrica era privilégio apenas das grandes cidades e, que por isso mesmo praticamente não havia ainda sistemas de amplificação de som. Dado esse cenário eram das Bandas de Música Municipais, o papel de comunicação musical nas cidades interioranas de pequeno porte.

  • Inspiradas nas tradicionais Bandas Militares e geralmente criadas e financiadas pelas prefeituras dessas cidades, as Bandas de Música sempre cumpriam, principalmente, dois papeis básicos: o primeiro servir como um meio estratégico político de animação musical em eventos oficiais das prefeituras, tais como inaugurações de escolas, estradas, praças e obras em geral. E o segundo de prestar auxílio nas solenidades da Igreja Católica, como em procissões, missas, leilões de festejos de santos, enterros etc.

Segundo o atual mestre da banda, Antonio Tertuliano dos Santos, conhecido como “Seu Neguinho”, que também é o mais antigo e experiente integrante desta, não há registros da origem da Banda de Música Municipal de União, todavia podemos com certeza dizer que ela tem no mínimo 6 décadas de existência. Isso porque há um registro fotográfico em que a banda se apresenta no adro da Igreja Matriz no tradicional Festejo local de São Raimundo Nonato, em 29 de agosto de 1944, dia em que se homenageia até hoje os Vaqueiros, uma das figuras mais representativas da nossa cultura.

  • Nessa época, no governo municipal de Filinto Rêgo (1937-1945), o maestro regente da banda era Sebastião Simplício, renomado maestro da época que também regia a Banda de Música da Polícia Militar do Piauí.

Ainda segundo "Seu Neguinho", a mencionada banda, passou vários anos sendo formada e reformada por músicos escolhidos quase sempre por critérios próprios, ou seja, cada prefeito que entrava reorganizava a banda segundo seus interesses políticos.

Foi apenas no ano de 1985, por meio da Lei 177/85 de 17 de abril, que definitivamente foi criada, de modo oficial, a Banda de Música Municipal de União. A partir daí ela passou a ter diretoria, regimento e sede própria. A lei garantia ainda o total apoio financeiro da Prefeitura Municipal de União, para mantê-la.

  • Banda Municipal de União - Pi em pose durante apresentação no ano de 2000 onde podemos identificar alguns de seus componentes [Seu Cicero - sax alto; Seu Edmilson - trombone; Seu Neguinho - trompete; Seu Chico Fugueteiro - Tuba Mib; Ronaldo - sax tenor; Pai Preto - tarol; Costinha - Bombo].
Entretanto muitos anos se passaram e aos poucos a Banda de Música Municipal de União foi sendo esquecida pelas autoridades competentes: Não havia uma política de formação de instrumentistas para o quadro permanente da banda, muito menos procedimentos de reposição dos músicos que se aposentavam. Além de tudo os instrumentos, muito antigos, com o tempo passaram a ter problemas constantemente, ficando alguns inutilizáveis definitivamente, pois também não existia uma ação governamental de manutenção desses equipamentos.
Foi só a partir de 2009 que a Prefeitura Municipal de União retomou o seu olhar para a importância cultural e histórica da referida banda, concebendo um projeto para sua revitalização. Com isso foi possível contratar o músico piauiense, mestre de bandas, pesquisador musical e membro avaliador da Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras (CNBF), Maestro Regente Antonio Carlos Rocha Sousa. Com ele houve um ganho substancial na qualidade técnica da Banda, pois se iniciou um a política de reciclagem dos músicos veteranos e a formação de novos jovens instrumentistas oriundos da Escola Pública Municipal de União “Padre Luiz de Castro Brasileiro”, e o concerto dos instrumentos danificados.

  • Atualmente a Banda de Música Municipal de União conta com 20 (vinte) músicos destes, 8 (oito) são os instrumentistas veteranos, e os outros 12 (doze) são instrumentistas adolescentes recém formados em um curso básico de música oferecido pela prefeitura.
  • Maestro Rocha Sousa apresentando-se com a banda de música formada por jovens da Escola Municiapal Padre Luiz Brasileiro durante as comemorações do aniversario da cidade de União-Pi em setembro de 2009.

Assim sendo podemos dizer, sem levar em conta a formalidade da Lei que criou-a em 1985, que a Banda de Música Municipal de União tem aproximadamente mais de 70 anos de uma importante e rica história, que tem que ser preservada e sempre valorizada por todos.

  • Texto Apresentação do Projeto "Equipar Para Respeitar a História de Uma Banda", escrito por Marcelo Cruz - Gerente de Cultura do Municipio de União-Pi.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Arranjadores Brasileiros: Maestro Duda

Maestro Duda do Recife

  • A primeira vez que ouvi falar no maestro Duda foi por volta de 1987 quando estava iniciando meus estudos musicais e os colegas de banda ensaivam um frevo intitulado "Duda No Frevo". Aquele nome me intrigou e fiquei a me perguntar: - Quem será esse Duda que está sendo homenageado com esse frevo? Logo depois conversando com o mestre da banda descobri que tratava-se de um maestro pernambucano arretado como muitos outros que nasceram naquela terra abençoada de Cusi de Almeida, Guedes Peixoto, Dimas Sedícias, Capiba e tantos outros.

José Ursicino da Silva, o Maestro Duda, nasceu em 23/12/1935, em Goiana, Pernambuco. Sua trajetória artística, iniciou-se aos oito anos em Goiana, na Banda Saboeira. Compositor, arranjador, instrumentista e regente precoce, compôs sua primeira música – o frevo ‘Furacão’ – aos 12 anos e aos 15 já atuava na Jazz Band Academic e na Orquestra Paraguari da Rádio Jornal do Commercio de Recife.

O Maestro possui vasta experiência, tendo recebido inúmeros prêmios. Apenas a título exemplificativo, citamos festivais de frevo em Pernambuco, premiações nacionais como melhor arranjador da MPB-80, premiação da Secretaria de Cultura de São Paulo (Projeto Memória Brasileira), como um dos doze melhores arranjadores do século, melhor arranjador do MPB-Shell.

Sua trajetória inclui viagem com sua orquestra para Miami, inaugurando o primeiro vôo internacional do frevo. Na comemoração dos anos 100 da OEA foi tocada a Suíte Recife, de sua autoria, que mereceu destaque no The Washington Post. Suas músicas foram gravadas em todo o Brasil e no exterior e estão presentes em mais de cem discos.

Atuou intensamente como compositor, arranjador, instrumentista e regente no sul do país e no exterior. No momento integra a Orquestra Sinfônica do Recife, é Professor-Arranjador do Conservatório Pernambucano de Música e Regente-Arranjador e instrumentista da Orquestra Paraibana de Música Popular.

Teve músicas gravadas no exterior, estando presente em mais de 100 discos. Foi escolhido pelo Projeto Memória Brasileira, da Secretaria de Cultura de São Paulo, como um dos 12 melhores arranjadores do século.

  • Em 1997 o Projeto Memória Brasileira, da Secretaria de Cultura de São Paulo, o escolheu como um dos 12 melhores arranjadores do século e lançou o CD "Arranjadores", com seu arranjo para "Bachianas nº5", de Heitor Villa-Lobos, tocado pela Banda Savana, homenageando-o ao lado de outros grandes arranjadores brasileiros como Maestro Cipó, Moacir Santos, Cyro Pereira, José Roberto Branco e Nelson Ayres.

  • Apresentação da Orquestra do Maestro Duda na praça do Marco Zero, em Recife no carnaval de 2009.

A extensão da obra do maestro Duda extrapola as fronteiras da cultura regional, da música popular e dos ritmos de carnavalescos. Suas composições para formações sinfônica impressionam pela beleza e o coloca ao lado dos mais completos compositores e arranjadores do séc. XX. Se alguem tiver alguma dúvida, ouça abaixo uma pequena mostra de seu rico acervo de obras.

  • Suite Nordestina


  • Suite Monete

  • Suite Pernambucana de Bolso
  • Música para Metais 1 / 2
  • Fantasia Carnavalesca