Banda PMPI / 1962
As dificuldades de acesso existente até o inicio dos anos 70 do sec. XX, aos mais distantes municípios do Piauí a parti da capital, fizeram com que a banda de música da Policia Militar do Piauí fosse ao longo de muitos anos a única forma de cultura estatal que se fazia presente nesses municipios.
Pesquisando a história da Banda de Música da Policia Militar do Piauí, percebe-se que desde sua criação em 1875 até 1971 (antes da modernização do estado pelo governo Alberto Silva), que a mesma, exercia um papel papel politico cultural que estrapolava as atribuições de uma banda de música de concerto e desfile. A mesma atuava como uma espeicie de centro de difusão da cultura musical no estado.
Para entender melhor o papel exercido pela "Banda PMPI" na época em questão, é necessario que se faça algumas considerações sobre aquele momento hitórico:
Não existia naquela época no estado um orgão que fizesse as vezes de uma Secretaria de Cultura;
A banda não exercia apenas sua atividade fim (tocar em solenidades), também fazia um trabalho de educação musical formando seus musicos através de sua propria escola de música;
Por ser a única referência musical ligada ao gorveno do Piauí seus mestres eram constantemente deslocados para vários municipios a fim de formarem bandas, como por exemplo: o mestre Sebastião Simplicio nas cidades de Valença - Pi e União - Pi; o mestre Pigoreiro nas cidades de Amarante e Piripiri; e o mestre Luiz Santos na cidade de José de Freitas, dentre outros.
A Banda PMPI além de atender as funções oficiais junto ao cerimonial militar da PMPI, atender ao cerimonial do governo do Estado do Piauí e atender a comunidade em geral, atendia ainda uma extensa agenda de apresentações musicais junto aos municipios, pricipalmente nos periodos das festividades religiosas.
Para atender a demanda de solicitações da época, a Banda PMPI mantinha varias formações musicais em seus quandros, como: as bandas de música, os jazz-band, os conjuntos musicais e até uma orquestra de cordas no inicio do sec. XX como nos aponta algumas fontes escritas dos anos 20.
Até o final dos anos 50, essas formações viviam uma rotina de deslocamento por todo o estado, viajando em cima de caminhões sem condições de segurança e sem o minimo conforto para os músicos. Trafegavam sobre estradas de chão que somente a força de um comando militar para fazer cumprir tão arduas missões. Essa rotina só se modificou quando no inicio dos anos 60 foi criado a Banda da PMPI nas cidades de Picos, Floriano e Parnaiba.
Jazz Band da PMPI no Inicio dos Anos 40 comanda pelo Brigada Sebastião Simplicio.
O CONJUNO "
OS MILIONÁRIOS"
No inicio dos anos 60 do sec. XX, a produção da música de entretenimento passava por mudanças radicais. As orquestras de salões ou jazz bands que estiveram em volga desde o inicio do século davam lugar as novas formações musicais advinda da revolução causada pela amplificação eletrica e sua utilização nos instrumentos musicais. Surgem então os modernos conjuntos musicais, uma formação bem mais leve que as grandes orquestra de música popular, composta apenas por uma seção de base-harmônica: guitarra, contrabaixo, orgão e bateria jazz e uma seção de metais.
Buscando adequar se aos novos tempos em 1963 a PMPI cria o conjunto "Os Milionários". A organização do novo conjunto ficou a cargo do maestro Luiz Santos que para isso contava com integral apoio do comandante da corporação o Coronel Torres de Melo. O nome do grupo "Os Milionários" é uma homenagem ao compositor José Bispo integrante da Banda PMPI e autor da música "o milionário" um dos sucesso do conjunto.
- Os locais onde antes era animando pelo Jazz Band da PMPI como as tradicionais tertúlias do famoso Clube dos Diários de Teresina, passaram a contar também com a presença do Conjunto "Os Milionarios".
O conjunto "Os Milionários" se tornou muito popular e muitas vezes teve que tocar em outros estados como o Ceará e o Maranhão a convite do governo daqueles estados. O governo do Piauí, de tão grande entusiasmo, mandou trazer diretamente de Fortaleza a gravadora
Orgacine, que, ao chegar em Teresina, instalou-se nos estúdios da
Rádio Pioneira e gravou long play com "Os Milionarios".
A gravação do LP teve prensagem na
RCA Victor de São Paulo. Dentre as canções que compunham o LP estavam: “
Baião da Saudade” e “
Simplício e seu Clarinete”, (de Luis Santos); “
Milionário” (José Bispo); “
Linda” (Bruno do Carmo) e “
Olha a Bossa” (Simplício). Esse histórico LP foi
gravado em 1965 e Os Milionários era composto por:
Simplício Cunha (saxofone e clarinete),
Edilson Setúbal (piano solovox),
Artur Pedreira (bateria),
Lourival Marques (baixo),
Bruno do Carmo (guitarra),
Gabriel Oliveira (percussão) e
João de Deus (cantor). Segundo as informações do
maestro Luis Santos, o conjunto atuou de 1963 a 1970.
Os Milionários da PMPI
- A banda PMPI também teve outros conjuntos musicais mas todos foram disolvidos até o final dos anos 70.